segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Uma pedagógica do indivíduo



Analisar o indivíduo em sua subjetividade perpassaria sobre tudo suas influências históricas e sociais, assim, estudar a nossa história humana seria legitimo se o resultado destas análises fossem usados para entendermos nosso presente. Marxinianamente falando, o indivíduo entendesse como tal a partir de relações de imposições e hierarquias ao Capital com todos seus mecanismos institucionais em diversos ambitos ideológicos: Global, Político, Estatal, Nacional, Religioso, relações interpessoais, entre outros, de submissão e alienação entre duas classes bem distintas (burguesia e proletário), desta forma, todas as mazelas e conflitos sociais de urgências mais íntimos deste indivíduo teria o Capital como pano de fundo e origens de todo um ideal de indivíduo social, com seus supostos benefícios, desigualdades e questões de raça. Em suma, o indivíduo e o Capital se “confundem”!
Um olhar Foucaultiano neste mesmo aspecto nos faz aponta que mesmo que o indivíduo tenha o Capitalista como base institucional e norteador de suas definições mais íntimas ele não é meramente produto do meio, pois, para além de uma questão meramente monetária esse indivíduo é visto neste grande sistema econômico com outro olhar, porque, temos que levando em conta seus anseios e sua subjetividade que muitas vezes é imprevisível mesmo com os avanços da psiquiatria que tem a função na visão do autor de diagnosticar comportamentos humanos para criar patologias para melhor dominar o mesmo.
O indivíduo e suas particularidades são suprimidas para ser enquadrado em uma forma que torna todo mundo igual para ser melhor dominado e submetido as imposições sociais de teu momento historio. Entretanto, essa submissão não seria plena, pois, apesar de tudo, sempre o ser indivíduo tem a capacidade de reagir e com as ações de sua reação transformar de alguma forma sua realidade. Grandes avanços nos direitos dos trabalhadores, Movimento Negro, Feminismo, Reforma Protestante, etc., são exemplos disto.
 Para impor ideologias para a classe trabalhadora a classe burguesa toma suas próprias alienações como verdade para melhor imprimi-las aos mesmos, assim, eles também são resultados de transformações históricas já que reproduzem comportamentos de sua época.

O favelado e o pobre não é só um indivíduo com acentuada melanina na pele, existe toda uma imagem (no sentido estético e social), que definiria o mesmo, ou seja, uma vida precariedade de recursos monetários, consequentemente, dificultando o acesso a coisas e bens  básicas para sua existência tais como só pra citar alguns: saúde, alimentação, transporte, educação, moradia. Desde sempre violentado em tudo e por todos na sociedade o indivíduo pobre e favelado de baixa renda aprende e enfrenta dificuldades para sua subexistência gerando as mais diversas revoltas psicossociais do mesma e em resposta direta a isto tudo na sociedade e como defesa destas violências praticam inúmeras formas de crimes (violência-resposta).
Só pra fortificar: desde cedo o indivíduo é massacrado com propagandas que lhe diz como deve se comporta e as coisas que deve consumi para ser integrado socialmente, pois, você é aceito na nossa sociedade quando você prática o consumismo desacertado sendo assim um autêntico ideário social. Exemplo: Trabalhador semianalfabetos com um entrego ruim que não lhe garante o mínimo para viver bem, com dois filhos, morando em casebres  e se possível sendo induzido a votar nos políticos indicados pela Grande mídia. Quando a classe alta se deleita com tudo que o dinheiro pode pagar. Quando o pobre não alcança este ideário tendo em vista a sua precarização de assistências básicas ele sofre penalidade de todo tipo de preconceitos canalizando isto para os diversos tipos de crimes como resposta. Esta precarização do acesso aos bens básicos de existência contribui para deixar o povo ignorante perante seus direitos e deveres assegurados pela constituição federal. Não quero ser determinista, claro que existem pessoas que conseguem ter uma vida diferente, alcança a tal dignidade que a sociedade prega, mas, ainda é uma grande pequena parcela do mesmo.
Deste seu surgimento no ano de 1950 a televisão se tornou a grande referência de cultura e propagador de informação e cidadania do Brasil, pois tomou o lugar da educação formal de nosso povo. Além de lazer a televisão como “O GRANDE MEIO” de veiculação de “cultura e verdades” dita todo tipo de comportamentos das pessoas no nosso país mais diretamente voltado para parcela da população pobre. Com essa enorme influência em nossa sociedade de programas televisivos como “Se Liga Boção”, “Na Mira”, “Brasil Urgente”, fazem um jornalismo sensacionalista onde exploram o medo, a ignorância e esta “violência/resposta”. Nunca vimos estes tipos de programa mostrar ou querer ter um debate crítico e construtivo do por que destas mazelas e violência. Apontam o problema já em seu resultado final não procuram saber as possíveis causas e como podem ser resolvidos. Mostram a vida animalização dos indivíduos devido sua vida de plena mazelas sociais para assim obter favores, Poderes e lançar candidatos para seus fins políticos.
Estamos vivendo uma grande crise, que é mascarado com apelo a um estilo de vida de consumismo, onde visa forma um ser social ideal. Mas não conseguimos enxergar que a maioria dos problemas do indivíduo é por falta de perspectiva de uma vida onde tenha condições mínima de subsistência e acesso a produtos e coisas que o consumismo lhe projeta para legitimar seu pertencimento social.
Temos normais jurídicas como o ECA voltado para crianças e os adolescentes e todos direitos assegurados pela Constituição Federal que é são os norteadores de condutas institucionais para pensar e agir diretamente em frente aos indivíduos, porém, algumas perguntas devem ser levantadas: para que serve leis e normais jurídicas? Como a nossa Constituição Federal e leis como o ECA e os agentes desta lei conduzem e entendem os crimes praticas? Será que não tem diferença entre crimes praticas por ricos e pobres? Será mesmo que políticas públicas de retenção e combate a violência tem o propósito de exterminar com o foco ou é só mais um mecanismo de aquecer o mercado de armamento? Será que não teria um propósito por trás de tudo isto?

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