terça-feira, 23 de novembro de 2010

Bruno e Maria

Há o Atlântico entre nós;

Além dos diferentes tons de pele;
O Capital e as diferencias de nossos países;
Conspiram vorazmente contra nosso amor.

Você tem um jeitinho tão doce;
Tão doce que me encanta muito;
Você me sufoca e suga minha alma;
Você me faz tão bem.

Tenho imaginações contigo;
Porém sei que é passageiro;
Desde o começo eu sei que vou te perder;
E estar perto curtindo você por algum tempo;
É o bastante pro meu amor por você.

Sabes o que mais é encantador em você?
Teu olhar verde intrigante;
Cinza ao cair da noite;
Como não se apaixonar por tão bela metamorfose?

Com minha pele preta e tua pele branca;
A Europa e outro “olhar verde”;
Vai ser tua fortaleza futura;
Embora tente negar;
Recalcando-me nas porradas cotidianas;
 E nas confusões de minhas racionalidades medíocre;
Sou um eterno Romântico;
Pois viveria tudo de novo;
Simplesmente pela sensação de sentir.
Dedico estes versos a meu amigo e colega de Faculdade Bruno Silva, pois, com tua estória de amor, nos faz pensar em viver antes de darmos qualquer valor e significado as coisas.

sábado, 20 de novembro de 2010

O Ser do ser Alternativo

Generalizar comportamentos e encontrar o lugar “das modas” não é o foco central das minhas provocações neste texto, como bom estudante de filosofia, quero com muita vagareza levantar reflexões em poucas palavras do que eu entendo de ser alternativo.

Ser alternativo hoje em dia significa ousar, falar as coisas mais triviais e idiotas em programas de culinária contando, é claro, com a ilustre participação das Barbie’s sexólogas que ainda doutoras em catolicismo, beija a mão do diabo no carnaval. E se perguntamos quem foi Jorge Amado e outros expoentes de nossa literatura , você se arrisca a levar uma bela tapa no rosto. Ser alternativo é saber o nome até da escova de dente do último famoso da semana, com o respaldo fashion da novela das oito. Votar em mulheres frutas e palhaços analfabetos, procurar motivos tortuosos de ser rebelde sem causa nas praças de alimentação de shopping Center, e, não esquecer, é claro, de pregar a revolução por MSN e redes de relacionamento via web (guardando as devidas proporções), porque, meus pais não me deram dinheiro para eu comprar o CD de mais uma Boy Band. Ser alternativo é se inventar, ser original por alguns segundos, e  ter seu momento de fama. É dormir igual, pensar igual, cantar igual, viver igual, sorrir e chorar igual, estudar o descartável, pois, a intelectualidade já está sendo desenvolvidas por autores de Best Sellers em hotéis de luxo, bebendo um vinho tão vagabundo quanto à teoria do mesmo.

Ser alternativo é fazer filantropia de “salto alto” e de “terno” sem se envolver diretamente com as pessoas porque minha empresa vai ter desconto no imposto de renda. Ser Cult, ter namorados (as) para juntos freqüentarem terapia de Casal em consultório de psicologia. Ser alternativo é não saber o significado das Datas Históricas do nosso país, pois, tenho que escolher qual o lugar que vou passar o feriado, é pagar o “lixo do luxo”, é ser vegetariano e ambientalista para salvar o planeta no conforto de nossas casas. É saber de tudo sem conhecer nada realmente para não se passar de burro perante todos, é ter tribos para vender ideologias, é não ter valor algum, é morar em villages e condomínios (morar em lugares com este conceito de vida), ser jovem permanente com um corpo magro e malhado. Ser alternativo é usar droga em ocasiões “especiais”, é achar nossos pais caretas, é fazer arte contemporânea conceitual e subjetiva, é fazer, ser e usar o que esta na moda. Ser alternativo é sobre tudo ser alternativo sem querer ser, mas, sendo. Colocar dentro de um livro mofado de qualquer estante da academia, a cultura popular para não ser lido posteriormente. Ter Facebook , Myspace, Twitter, Orkut, Badoo, MSN e outros  que não lembro agora, porque,  minha memória não é tão boa assim. Ser Retrô, ser preconceituosos e racistas por uma questão de preservação da espécie. Ver o outro não como o outro, ver o outro como você.

Não ser ufanista, não ter pátria alguma, pois, é preferível ser barrados nas fronteiras de países ditos como civilizados, recebermos felizes com um belo sorriso no rosto os gringos e o pior de tudo é assimilar como verdadeiro todo conhecimento da cultura estrangeira. Ser alternativo é não se preocupar com o estrangeirismo, pois eles admitem como cordeiros a invasão de uma cultura estrangeira que se propaga como superior, só para está na moda porque esses alternativos não querem se desfazer do seu tênis Nike, ou deixar de engolir um Big Mac entregue por Obana e sua política dita como salvadora do mundo, mesma política que não intervêm efetivamente na guerra contra o Iraque.
Ser colonizado, ser alienado, se manter um eterno pecador (pagador de promessas e penitencias), ser tolerantes, viver no eterno carnaval tentando o resto da vida ser feliz, sem saber que a vida é uma tragédia, uma luta constante, uma guerra de conflitos. Viver um conto de fadas. Agir com as pessoas socialmente, dizer o que querem que você diga. É viver de acordo com que o PIB determina. Ser essencialmente dicotômico.
Poderia enumerar outras maneiras da existência deste Ser tão presente entre nós que é o Ser alternativo, Ser este que temos um pouco do mesmo em algum nível de envolvimento, porem, o prazer de escrever sobre algo não é esgota o assunto alvo do debate ou mostra todas as perguntas e respostas, mas, entendo que é tentar direcionar o assunto para construir e desenvolver reflexões que possa nos ajudar a entendê-lo se não com mais clareza, pelo menos termos uma noção qualquer. Nortear o debate para por em prática se possível. 
Atenciosamente, Ygor Borba de Oliveira.