domingo, 31 de julho de 2011

Uma pequena reflexão

Lembranças... De um beijo, de um sorriso, de ter alguém perto, de sentir diversas sensações, de uma embriaguez passageira que de tão misteriosa soa eterna, desejos e rejeições desta eterna luta sem fim que é viver.

sábado, 9 de julho de 2011

Comer

Comer é um dos poucos prazeres que saciam todos os nossos sentidos por completo. Comer com a boca, comer com os olhos, comer com as mãos, com os ouvidos, comer com o cheiro, com o corpo todo, uma serie de relações carnais que beira desde a mais insana perversão e fetichismo até a personificação da divindade como carne crua e palpável.

Para os requintados franceses comer significa simplesmente focar na degustação chata e técnica de pratos sofisticados de difícil pronuncia, ou seja, ter um paladar apurado e perceber todos os aromas para chegar ao êxtase de cada tempero, de cada combinação, algo que soa como um prazer metafísico, frio e sem graça.

No Brasil a miscigenação nos proporcionou saborearmos nossas comidas como algo antropofágico, bailar no universo de diversidades de gostosas formas de exaltar a comida como celebração da identidade cultural de nosso povo como ela é: múltipla e ardente nas coisas que se propõem em fazer, assim, para o brasileiro comer têm a conotação de compartilhar sua própria vida, seu próprio corpo com o outro de forma alegre e despojada.

Mais do que uma construção social ou uma vontade/instinto animal primeiro do ser humano, comer se confunde com a própria humanidade do homem, pois, ele se percebe dentro de uma realidade constante e confusa que o faz delirar nas suas observações, divagações e convivências sensórias entre seu ser e o mundo.