sábado, 27 de agosto de 2011

Calem a boca, nordestinos!

Por José Barbosa Junior   

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial  Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

José Barbosa Junior, na madrugada de  03 de novembro de 2010.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Apenas outro poema chato que tenta falar de amor

Adoro-te muito;
Meu dia fica mais saboroso quando falo com você;
Parece que o dia toma outro sentido;
Outra razão de ser;
Fica encantador o tempo que é mudo que brinca com meus sentidos.

Fico aqui no desejo de percorrer teu corpo todo com minhas mãos;
Um percurso que eu faria devagar;
Observando todos os detalhes dele;
Todas as curvas;
Todas as voltas;
Todas as entradas.

Meu paladar sentiria teu gosto real;
Seria um deleite singular;
Como nunca tive antes;
Teu sorriso abriria um mundo confuso de imagens diversas;
Seguiria todo o mexer de teu corpo com meu olhar atento;
A qualquer movimento convidativo seu;
Na espera de ti possuir como um animal selvagem no cio.

Permearia uma atmosfera fria;
Ardente;
Que arrepiaria meu corpo todo;
Faria-me gemer de tanto tesão e fissura;
Baixinho murmuraria teu nome interminavelmente;
A excitação mútua faria nos perdermos;
Nas delícias das sensações do corpo no outro corpo nu.

Você como minha musa;
Mostrar-me-ia o bailar de possibilidades de perversos e safadezas;
Além disso, mostraria ainda uma face de querer ingênuo;
Um lado seu que eu mesmo não conhecia;
Até o momento de ter você por completo sem intermédios fantasiosos;
Delírios precários de uma riqueza expansiva de obter sensações controvertidas.


Depois que eu ti vi e contornei teu corpo deitado no chão;
Com meu olhar envenenado com sexo;
Eu sabia que ia acontecer algo;
Que me deixaria assim tão encantado por você.
Você seria minha Lolita;
Minha Anita;
Minha Duquesa de Langeais,
Minha mulher mundana;
Que ouviria teus conselhos como um aluno ávido de tua sabedoria.

Estou doido para ti ver novamente;
Sem idealizações alguma;
Querer e querer muito você;
Querer usar você.

Sabe o que eu mais queria agora?
Era ouvir você;
Para odiar todas suas histerias e futilidades;
Sentir no ar todo o exótico perfume;
Natural de sua carne suada;
Este perfume me hipnotizaria;
Aguçaria todas minhas tolices e bobagens de amor;
Também toda e minha virilidade.

Saberia e não saberia agir com você;
Nos momentos necessários;
Não ti digo que nunca brigaríamos;
Apesar de ser um irônico confesso não sou tão romântico assim;
E a velha paciência você há de me perguntar;
Sem ela o amor o querer lhe digo;
Não passaria de meras letras juntas e sem significado algum.

Adoro-te muito;
Meu dia fica mais saboroso quando falo com você;
Parece que o dia toma outro sentido;
Outra razão de ser;
Fica encantador o tempo que é mudo que brinca com meus sentidos.

Um Pouco de algumas “Verdades Pedagógicas”


Quando crianças somos “educados” a dizer sempre a verdade e somente a verdade em detrimento de suas implicações e conseqüências, pois, o colo fraterno da família nos “livra” daquelas malícias que o ato de dizer algo verdadeiro pode acarretar. Com o passar do tempo e com o advento da maturidade, constatamos que dizer alguma verdade fica condicionado a eventuais situações de algum momento social, e a proteção familiar de antes desaparece, assim, temos que nos sucumbir de formas autodidáticos e de performances Machadianas de nossos estados psicológicos. Como bons atores de múltiplas faces, desenhamos deste jeito perfis de personalidades distintas de nosso caráter que durante o nosso percurso de vida fica complicado sabermos se temos uma única real identidade.

 O termo verdade mistura-se de uma maneira pomposa ao termo fingir, ou seja, fingir e dizer algo passa ser prioridade, ensino/aprendizado primeiro da vivencia em sociedade nas suas varias formas de organização. A moral e a ética palavras inconvenientes servem para ficarem em círculos de debates ínfimos com prazo de validade bem estabelecidos, pois, dizer a verdade até hoje é sinônimo de poder/manipular.  Ser conveniente é a única forma de obter um convívio saudável com alguém, as pessoas preferem ser ludibriado com as diversas maneiras de dizer a mesma coisa que tornasse ofensivo não omitir nada. Pois o que importa mesmo é o encantamento, a adaptação do que foi dito.

A verdade então é vendida em prateleiras das mais diversas instituições sociais e proliferada como uma doença que o indivíduo tem que ser infectado a revelia. O cômico disto tudo é que certas verdades que por varias razões estão tão raizadas em nós, nos confundem ou simplesmente não sabemos o significado de suas bases teóricas. Não temos a capacidade de discutir estas teorias que durante toda nossa formação social foram devidamente manipuladas com a finalidade de mantermos em padrões de adestramentos para o convívio social.

A cada momento produzem-se verdades que são suplantadas por outras verdades muitas vezes não esclarecidas e ditas através de meias palavras, no jogo repetitivo de normais impostas para os indivíduos no intuito de dominar e construir preceitos confusos. Estas mudanças repentinas de verdade não passam por nenhum processo de investigação conceitual permanecendo a verdade no estado de profundo êxtase na vontade de multiplicar-se. Fabricam-se formas de verdade nas diversas áreas de pensamentos, dando espaço assim, a especialistas cheias destas verdades que como pastores enquadram rebanhos de outros ignorantes.

O individuo não consegue se desvencilhar destas verdades implantadas desde sua formação infantil, pois, reproduzem isto involuntariamente passando para seus filhos todas as doutrinas obscuras que a sua sociedade determina desde sempre. Verdades se tornam símbolo de poder, poder este esquematizado ou embutido em todos os níveis possíveis de relações humanas. As instituições detentora de Poder legitimado por verdades feitas historicamente se adaptam ao momento histórico que estão inseridas para construir novos comportamentos humanos e Político. Mascaram a realidade e conduz todos na sociedade para ter anseios e necessidades legitimadas por estas Instituições através de ideologias e adestramento total do pensamento humano.

 A educação e a Verdade sendo fatores Políticos e Ideológicos dão margem a varias analises conceitográficas, de momento ou legado histórico, de território, cultura, entre outros! Longe de ser um texto Filosófico com rigor conceitual argumentativo tentei levantar um debate que englobasse algumas pequenas observações de como verdades e verdades de educação são construídas no desenvolvimento histórico, social e político da humanidade.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

São Roque/Obaluaiê em São Lázaro (uma conversa de bar)

O Sagrado, o Profano e o Filosófico, conceitos diferentes que no dia de celebração unem-se numa atmosfera de brincadeira e libidinagem. Longe de perceber o poder político que uma festa desta simboliza como a supremacia de uma ideologia religiosa sob outra legitimada através da ignorância do povo ou pela sociedade do espetáculo que vivemos neste momento histórico, mesmo assim, o que importa mesmo é flertar. Olhos Antropológicos e sorridentes passeiam entre o publico sem se envolverem, observam os mínimos detalhes comportamental dos corpos no auge do sincretismo vulgar, pois, é pitoresco ver a tradição injetada de maneira peculiar ágrafa e midiática sem nenhum aprofundamento epistemológico. Como toda celebração antiga preserva laços de ancestralidade mesmo os herdeiros desta tão famigerada ancestralidade não saibam seu sentido, seu significado.

O louvor ao Deus Cristão e aos Orixás apequenasse diante do bater dos corpos, desejosos por sexo banhasse numa loucura interminável com rios de cerveja e outras substâncias, e o olhar humano masculino e feminino direcionam-se sua atenção aos movimentos sinuosos das curvas dos outros corpos envolvidos nesta mesma atmosfera de libidinagem. São Roque e Obaluaiê as entidades divinas homenageadas se materializados neste dia de sincretismo libidinoso presenciariam uma alegria, um momento de distração, uma fuga de toda pobreza e toda miséria de um povo carente por dignidade, uma droga necessária para se entorpecerem de uma esperança de mudanças vazia e má formuladas de uma moralidade conturbada e animalesca, observaria também pessoais que não se preocupam com nada, que não sofrem pelo outro, pois, não falta dinheiro para comprar o acarajé e a cerveja mesmo subfaturados pelos impostos e pelos ambulantes, gente de boa ou má fé.

Presenciariam ainda toda construção cultural, toda decadência do sentido de ser humana e toda embriaguez que seus representantes ilustres ou não (conhecedores ou charlatões dos dogmas religiosos) preservam com uma frivolidade impar, pois, estes sacerdotes convictos de seu papel de pastores da fé cultista sacra envolvem-se no jogo de conservadorismos dos teus interesses sociais e políticos que se alguma mensagem de benevolência, caridade, fraternidade existe realmente perdem-se como sempre em grandiosos espetáculos de “Pão e Circo” para acalmar o povo. Todas as etnias se fazem presentes e com elas todas as diferenças se manifestam, estas diferentes etnias se comem se desejam se possuem, misturam-se sem ter a preocupação de selecionar seu parceiro desta libidinagem pelo tom de pele, classe social ou gênero.

A pipoca, o mijo, o dendê e o incenso completam-se e nos revelam o aroma característico da Bahia miscigenada, nos revela também como nossos corpos humanos são sujos, frágeis, porem, transmitem toda uma atração física, com gestões grandiosos ou astutos, o dançar da gulosidade dar o tom certo para todos se perderem entre, dentro,na frente, atrás, ao lado do outro, o roçar de corpos, o enrolar frenético entre duas línguas, o passar da mão boba é incitado pela musica mundana dos bares, o verdadeiro altar de adoração do povo, esta musica mundana ficou no lugar da musica religiosa tão fúnebre e cativa que a noite anuncia que os santos dormem enquanto todos os demônios festeiros proliferam seus venenos de insultos e provocações carnais.  Onde tudo isto poderia terminar? Numa cama, no mato, no banheiro químico, no meio da rua em qualquer lugar onde possa ouvir a voz pecaminosa da sexualidade, não aquela sexualidade de livros e folhetins, a sexualidade da mais pura experimentação. E como este festejo termina? Com uma rua vazia suja e abandonada desejosa do retorno de sua cotidianidade. 

Será que quem freqüenta festas sincréticas realmente sabem o significado de todo o contexto? Será que importar saber o significado destas festas? Se tiver alguma importância, qual seria o significado social delas? Para que é preservado estas festas, para que finalidade? E o povo comum onde entram nesta estória toda? E as varias Instituições Políticas, Religiosas e Comercias como devem ser enxergadas no meio de tudo isto? Perguntas que suscitam outras perguntas que podem ou não nos levar á pensar manifestações populares de maneiras mais racional e menos dogmáticas/apaixonadas.

domingo, 7 de agosto de 2011

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,


Alberto Caeiro
Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas—a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra coisa todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso, fui o único poeta da Natureza.


8-11-1915

“Poemas Inconjuntos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).
 - 88.
1ª publ. in “Poemas Inconjuntos”. In Athena, nº 5. Lisboa: Fev. 1925.