Mas
afinal, que teria em comum a musicalidade de Gustav Mahler um maestro austríaco
e Jimi Hendrix um guitarrista norte-americano? Guardado as devidas proporções,
aparentemente, cada um em sua época especifica teria técnicas e propostas
musicais totalmente diferentes, porém, cada um de teu jeito inovou o tipo de
música que ambos faziam com uma gama de experimentações. Dando exemplo e
caminhos para gerações futuras. A técnica da música de ambos surpreende pelas
inovações e principalmente pela falta de limites. E quando você pensava que
nada mais poderia surgir destes compositores, eles apareciam com algo nunca
antes visto. Tantos e tantos músicos posteriormente foram inspirados por ambos
para criarem e produzirem música.
Tanto
Mahler quanto Hendrix seriam personagens “anormativos”, ou seja, ambos fizeram
de suas inquietações e excentricidades cada um de seu modo, um exemplo de
resistência e criatividade, pois, se buscamos exemplos de novas possibilidades
para criticar certas normatizações de comportamento e vivência social que
definem um indivíduo na sua ambiência histórica, com certeza, estas figuras de
subversão são parâmetros que devem se levado em consideração. Assim, a
composição de ambos são fascinantes porque transmitem de forma forte a forma de
vida estranha e diferente que os mesmos tem. São mestres “desconstrutores”
e “reinventadores” de música. Por
isto posso afirmar que com eles poderíamos “sentir o cheiro da amoralidade”.
Estes
compositores tão diferentes e contemporâneos na sua forma de fazer música
atemporal, eu poderia dizer que eles provocam em nós seus ouvintes e
admiradores, sentimento de reverencia por fazer uma arte que tem a capacidade
de transcender o comum com uma sonoridade tão titânica e apoteótica, porque, ambos
faziam música com visceralidade e com suas raízes culturais e suas realidades e
verdades.
Eles
são fantásticos por simplesmente se reinventam. Suas obras expressão uma rede
onde o observador pode qualificar e escrever um mundo só seu. Eles tocam cada
som do universo. Eles entendiam música como um mundo que deveria soar em seu
pleno, porque, a verdadeira experimentação sonora teria que ter e abarcar todas
as distorções oriundas da natureza em sua totalidade. Com um som forte que querer
presença e soberba, ambos desenhavam a cada movimento, a cada refrão, a cada
frase, a cada acorde, a cada riff, a cada vocalização nervosa e sexual,
possibilidades que teria que demonstrar que em toda parte do mundo existe constantes
confusões sonoras que é a mais bela das harmonias e que podem ser demonstradas
e interpretadas como se queira. Recortar, montar e redefinir sonoridades, estes
eram o papel deles. Em suma, uma capacidade enorme e natural de sempre se
questionar e se reinventar sempre.
Para
entende-los temos que captar cada vibração dos sons como uma porrada, porque,
música é além de domínio técnico, dos infortúnios de estudar e pesquisar, visto
que, música para ser completa e entendia, antes de tudo, deve ser ardente e sentida.
Acho até que para ter algo a dizer a música tem que ativar sensações, prazeres,
desejos, lembranças e dores, em fim, um vasto mundo de possibilidades. Gosto de
música em detrimento das outras formas de arte porque a mesma é incompreensível
pra mim, pois, se fosse o contrário perderia toda esta mágica, este deleite em
ser apreciada! A música esta presente entre aquele que domina a técnica de
compor sem emoção, sem frescura, com um rigor matemático, com um leve toque de
frieza e virilidade (Mahler), mas, a música aparece também na sensibilidade na
fascinante improvisação não menos rigorosa (Hendrix). Entendo que a música é a
mais “democrática” das artes, porque, não precisaremos de conhecimento apurado
e muito sofisticado para se fazer música. Basta só detectar as vibrações
sonoras e criar suas próprias melodias com os instrumentos que você tem em
mãos.
Com
certeza o que liga Mahler e Hendrix é a excentricidade e seu estado frenético
de ser, é estar sempre na busca louca e desmedida da perfeição do último e quem
sabe desconhecido acorde, pois, para serem o que são eles tem que ser sua
própria música personalizada em si. O contentamento que sugue quando você ouve
estes dois compositores se dar porque eles têm esta capacidade de brincar com
cada sensação da gente. Em fim, foi esse comportamento anormal que tanto nos
aterroriza e fascina ao mesmo tempo em que guardamos sua arte e vida que a lembrança dos
mesmo ainda permanece em nosso imaginário.