sábado, 15 de fevereiro de 2014

Algumas observações simplórias, vulgares e totalmente clichê de um baiano comum



Cheiro de mijo e dendê... Será que há fragrância que simbolize melhor a cidade de Salvador?  Ou será uma afirmação meramente clichê? Nossa cidade é o estado brasileiro negro por excelência, somos a segunda maior Capital do Brasil, temos uma cidade tão comentada, falada e conhecida no mundo todo, porém, paira no ar desta mesma cidade certa esculhambação em tudo. Tudo é feito “nas coxas”, nada é levado a sério, tudo é feito de qualquer jeito e, assim, fica a impressão que Salvador é administrada com amadorismo em todas as instâncias políticas e sociais.
Chove e faz sol no mesmo instante nesta cidade de Salvador... Numa observação curiosa desse lugar nordestino, podemos constatar este fenômeno romântico, porque, o tempo passa com uma vagareza tão latente e tão comum que as pessoas de Salvador não percebem esta brincadeira da natureza e reclamam do ímpeto calor que arde na cabeça de todos. Uma cidade triste e racista escondida na sua excessiva alegria. Temos o maior carnaval do mundo, uma orla extensa da maior e mais bela baía do Brasil, variações de frutas, muitas formas de corpos miscigenados, culturas diversas de pilares dos quatro cantos do mundo, “duas estações do ano” no ano, temos o maior índice de miséria e analfabetismo do Brasil, somos ainda, referência em produção de matéria-prima e industrialização tardia nacional, porém, mesmo sem sabermos temos muito orgulho ideológico destas e de outras realidades políticas deste tão venerado Estado da Bahia.
Nossas praças históricas cheirando a mijo, nossas praias entregue a qualquer sorte sem beleza e sem vida. Olho para todos os lados e só que vejo é nichos bem exclusivos de construção de conhecimentos e o podre do homem baiano comum relegado há horas e horas de trabalho duro assiste tudo isto alienado e feliz. Este mesmo pobre homem baiano comum não percebe a perversidade de quatro instituições de Poder que o comanda em toda sua vivência social.
O povo da periferia que é a maior voz negra da Bahia tão exaltado, tão festejado por toda sociedade baiana, entretanto, esqueceram no mínimo de perguntar se ele não come, se ele não precisa sobreviver. E a arte popular regido por uma musa nesta terra de muitos negros não lembro até hoje de alguma musa sem ter traços Europeus! Apesar de ser a terceira maior capital do Brasil é uma cidade de ambiência e população com comportamento de cidade pequena e pacata, porém, com sérios problemas de infraestrutura de cidade grande. Varias ladeiras, vielas, becos, uma cidade de muitos contornos que sempre briga com seus prédios e monumentos antigos e com sua modernidade que engatinhada a curtos e demorados passos. Salvador tem algo que em outro Estado do nosso país não existe, ou seja, sempre tem uma favela ao lado de um condomínio de alto luxo vivendo em total desarmonia. Salvador ainda respira machista e preconceituosa, uma mulher aqui em Salvador mesmo da alta sociedade emancipada e independente ainda tem que ter um macho do teu lado para ser ouvida e respeitada.
Musica negra envolve um defeito, tem uma ótima proposta mais como toda musica popular, a melodia ofusca a mensagem e serve assim para o mexer frenético dos corpos principalmente da bunda. Claro que tem um povo alegre e acolhedor, mas, este mesmo povo não tem o mínimo de cuidado com coisas básicas de convivo numa sociedade, pois, não ver e não respeita o outro, mas, esta situação não deve ser um processo continuo da falta de condições básicas de subsistência que nosso povo vem careta há anos? Muitos problemas e soluções podem ser apontados, porém, temos ainda o mau comportamento de pensar que tudo pode ser deixado pra lá porque sempre vai ser assim. É repulsivo um soteropolitano ver sua cidade de origem com nojo e desdém, ter a sensação de impotência e querer sair para morar em outro lugar e deixa pra trás lembranças, momentos e pessoas importantes. Querer melhorias em minha cidade não passará de meros sonhos sempre?

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